sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sob Medida




Composição: Chico Buarque

Se você crê em Deus
Erga as mão para os céus
E agradeça
Quando me cobiçou
Sem querer acertou
Na cabeça
Eu sou sua alma gêmea
Sou sua fêmea
Seu par, sua irmã
Eu sou seu incesto
Sou igual a você
Eu nasci pra você
Eu não presto
Eu não presto

Traiçoeira e vulgar
Sou sem nome e sem lar
Sou aquela
Eu sou filha da rua
Eu sou cria da sua
Costela
Sou bandida
Sou solta na vida
E sob medida
Pros carinhos seus
Meu amigo
Se ajeite comigo
E dê graças a Deus

Se você crê em Deus
Encaminhe pros céus
Uma prece
E agraceça ao Senhor
Você tem o amor
Que merece

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lapa, Amor e Malandragem


Feijão com arroz, goiabada com queijo, Lapa com… boemia. Impossível pensar uma coisa sem a outra. A noite bem vivida, o pecado rasgado, a malemolência do samba, a síntese perfeita da carioquice - está tudo ali, na Lapa, ao alcance até dos engravatados e das enfatuadas, que cruzam o bairro durante o dia, no azáfama do cotidiano.

Lapa da malandragem, criminalidade inocente se comparada com a guerra urbana vivida nos dias de hoje; dos becos e ladeiras, onde se guardam todas as preciosas histórias de um Rio boêmio e de bem com a vida e seus prazeres.

Lapa dos Arcos, pondo diante dos nossos olhos a densidade do passado ido e vivido porém presente; dos bares onde a saideira é eterna; dos conflitos envolvendo quem não leva desaforo pra casa.

Lapa de Miguelzinho, Meia-Noite, Edgar - malandros históricos; de Madame Satã, contraditória mistura de macheza valente com sensibilidade homossexual; da igreja de uma torre só, vítima inocente na briga de Floriano.

Ah, Lapa de todos os amores! Lapa da linda visão oferecida aos que passeiam suas saudades descendo no bondinho de Santa Tereza.

A Lapa é o coração do Rio, onde se encontram, sentimental e democraticamente, os que vêm da zona sul com os que vêm da zona norte.

Todos nós, cariocas, amamos a Lapa, somos a Lapa, com seus contrastes, lugar especial que o espírito do Rio sobrevoa, livre, leve, solto, bem-humorado, sentindo-se bem nessa zona livre de todas as censuras.

A Lapa, sedutora e matreira, se renova, convivendo numa boa com as novidades da cidade. Mas não tem jeito: no fim de cada madrugada, quando os albores da manhã dissolvem as trevas e trazem o imperioso chamado do trabalho, os mais sensíveis ainda podem ter uma visão do malandro entrando por um dos becos, com seu chapéu de lado, a mulata pendurada no braço e a eterna navalha no bolso.

Antes de sumir na bruma, o malandro parece nos acenar, demonstrando o orgulho de ser carioca... e de ser da Lapa.

J. Carino

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Irritando os Signos


Como irritar um nativo de Áries:

Fale com eles dando uma enorme pausa entre as palavras.
Não deixe que eles falem, ou, se falarem, corte a conversa pelo meio.
Diga como quer que façam as coisas e fique controlando.
Não demonstre paixão e aja como se você não gostasse dele(a).
Levante a voz cada vez que quiser se fazer entender.
Dê uns cascudos na cabeça dele(a) de vez em quando.
Lembre-os sempre que eles estão querendo aparecer e, no meio de um grupo, dirija-se a ele(a), advertindo - Tu falas "eu, eu, eu... o tempo todo".
Entre, sem pedir licença e apodere-se do tempo deles numa segunda feira de manhã.

Como irritar um taurino:

Gaste o dinheiro deles, peça para dar uma dentada no sanduíche deles ou na sua maçã, desperdice o material deles, não devolva as coisas.
Fale com eles bem apressadamente, passando diretamente às conclusões.
Se estiver na casa de um deles, mude a posição dos objetos quando eles não estiverem olhando.
Se for possível quebre vasos ou outros objetos de decoração da casa deles e depois pergunte:"Isto não tinha muita importância, né?".
Encharque-se de perfume antes de andar de carro com eles.

Como irritar um nativo de Gêmeos:

Aborreça-os com lágrimas e longos monólogos sobre a sua vida emocional.
Não converse com eles, em absoluto.
Monopolize-os numa festa de forma que eles não possam movimentar-se nem conversar com mais ninguém.
Repita sempre - "De onde é que tu tiraste essa idéia?".
Peça a eles para fazerem menos movimentos com os braços e mãos em público, e quando iniciarem um assunto, diga: "Está bem! Eu já sei isso!" ou então: "Lá vens tu outra vez!".
Abra a porta do quarto deles e berre: "Então vai largar o telefone ou essa conversa é para o resto da noite?"

Como irritar um canceriano:

Critique as suas casas.
Advirta-os de que eles podem perder o emprego, ou que uma estrada está para ser construída passando exatamente onde está situada a sua casa.
Diga que aquela foto de família pendurada na sala é feia e confunda o retrato da "avozinha querida" com a Dercy Gonçalves.
Critique todos os "ex." dele(a): ex.namorados(as), ex.maridos(esposas), etc.
Jogue fora discos de música raros e valiosos que ele(a) colecionava junto a outras raridades.
Descubra aquele "cantinho" onde ele(a) gosta de ficar e dê uma "geral", mudando tudo de posição.
Tire os objetos da gaveta dele(a) e não os reponha no lugar.

Como irritar um leonino:

Tente ensiná-los alguma coisa da qual eles não entendam, e goze-os no final, como se fossem completos ignorantes.
Ignore-os.
Esqueça o nome deles e pergunte "Qual é mesmo o teu nome?".
Em público, não os apresente às pessoas importantes.
Deboche o seu gosto, a sua elegância, a sua aparência.
Quando eles estiverem a contar histórias, ria quando o caso for triste, e faça caretas quando contarem uma piada.
Quando ele(a) perguntar após uma relação sexual: "Foi bom para ti?" responda: "...mais ou menos".
Não preste atenção a nenhuma das suas histórias e depois diga: "Ai, desculpa mas nem ouvi o que você disse...".
Tire-os de cena, dizendo- "Depois você fala, tá bem? Agora não!"

Como irritar um nativo de Virgem:

Choramingue bastante.
Desarrume a casa deles e atrapalhe a sua programação.
Cheire-os bastante e sempre que puder.
Urine na tampa do vaso sanitário ou de preferência no chão do banheiro.
Critique a maneira deles se vestirem.
Use os vasos das plantas deles como cinzeiro, e enterre os fósforos usados na terra.
Depois de abraçá-los longamente diga que está fazendo um tratamento contra piolhos.

Como irritar um libriano:

Diga bastante - "Estou falando contigo! Vai responder ou não?"
Leve-os a locais feios e desagradáveis.
Aja de forma grosseira em público, arrote, diga palavrões, entorne cerveja na mesa, chame o empregado pelo nome, peça pizza de alho e depois tente beijá-lo(a).
Critique os seus parceiros. Recuse-se a falar com eles.
Dê a ele(a) um CD do Tiririca.
Faça piadinhas do tipo - "tu com esse vestido pareces a/o (...) ".

Como irritar um nativo de escorpião:

Faça perguntas pessoais.
Saiba muito sobre eles e dê isso a entender.
Obtenha mais sucesso do que eles e rebaixe-os; isto mata-os.
Diga sempre -"Isto não é da tua conta!"
Abra e remexa suas gavetas.
Escreva coisas na sua agenda em código e depois deixe que ele(a) encontre "por acaso".
Cochiche com outras pessoas olhando para eles, rindo de vez em quando.

Como irritar um sagitariano:

Dê-lhes muitas responsabilidades.
Coloque realismo na sua filosofia.
Nunca ria das piadas deles.
Não repare em nenhuma aventura ou quebra de rotina e esteja sempre de mau-humor.
Quando ele(a) preparar aquela aventura especial, diga com ar entediado: "Não estou com paciência para isso"
Não aceite nenhum tipo de disputa ou jogo.
Diga sempre: "Isto é que são horas?"
Faça todo o possível para impedir aquela viagem de férias dele(a).
Faça insinuações sobre a pouca cultura dos pais dele(a) ou de outros familiares.

Como irritar um capricorniano:

Organize tudo para que se sintam inúteis.
Lembre-os da sua baixa posição social.
Embarace-os em público: faça escândalos, berre com eles, brigue com o empregado por causa deles.
Deixe-os a sua espera, nunca chegue na hora marcada.
Perca ou esqueça coisas importantes que ele(a) lhe confiar: documentos, chaves, carteira.
Repita constantemente: "Você não tem responsabilidade!"
Nada chateia tanto um capricorniano como ser chamado de irresponsável
Insinue que ele(a) está saindo com o(a) chefe(a) para subir na empresa.
Repita de tempos em tempos - "Tu és um chato!"

Como irritar um aquariano:

Torne-se pessoal e íntimo.
Ao encontrá-los, dê um longo abraço e fique apertando-o contra o peito, emocionado, lacrimejante.
Insista para que eles liguem várias vezes por dia para posicioná-los dos seus movimentos e ações.
Mude-se para a casa dele(a).
Faça-se passar por burro, tapado, e ainda queira ter razão.
Diga a eles o que "têm que fazer" e "quando e como fazer".
Exiba seus valores materiais na cara deles, tipo carro, jóias, dinheiro, posição social...
Pergunte sempre - "O que é que você está pensando?"
Cite os seus amigos sempre pelo nome e apelido.

Como irritar um pisciano:

Diga para agarrarem-se a si mesmos.
Marque encontro com eles em locais brilhantes, barulhentos, cheios de gente.
Deixe-os a falar sem parar e no fim diga que não entendeu nada.
Grite, fale aos berros.
Conte os seus "segredos" deixe-os ficar emocionados com a sua sinceridade, depois ria e pergunte - "Mas você acreditou mesmo nisso?".
Convide-os para olhar as estrelas e fale sobre as cotações da bolsa e negócios o tempo todo.
Deixe cair a máquina fotográfica dele, sublinhe os livros que pediu emprestado à ele(a).
Escolha filmes violentos.
Diga que essa coisa de amor, flores e bombons é tudo coisa de boiola.
E pergunte sempre - "Então, você não vai mesmo tomar banho antes de dormir?"

Palavras Ao Vento


Cássia Eller

Composição: Marisa Monte / Moraes Moreira

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento...

O Conde de Monte Cristo


Sinopse
Em 1814 Napoleão Bonaparte, o imperador francês, foi exilado na Ilha de Elba, na costa da Itália. Temendo que viessem resgatá-lo, seus captores britânicos atiravam contra qualquer um que surgisse na praia, por mais inocente ou aflito que fosse. Por precisarem de socorro médico, pois o capitão do navio mercante Pharaon contraíra meningite, é exatamente neste lugar que Edmond Dantes (James Caviezel), o 2º imediato, juntamente com o melhor amigo de Dantes, Fernand Mondego (Guy Pearce), representante do dono do navio, resolvem aportar. Isto inicia um pequeno combate, que só termina quando Napoleão garante que os desconhecidos não eram agentes dele. Quando a situação se acalma, Napoleão pede para Edmond entregar uma carta pessoal para um amigo dele. Napoleão garante que não há nada de mais na carta, então Dantes concorda. Ao chegarem em Marselha Morell (Patrick Godfrey), o dono da companhia de navegação, quer saber o que houve, então chama Danglars (Albie Woodington), o 1º imediato juntamente com Dantes, que assume a responsabilidade. A determinação e a coragem de Edmond agradam Morell, que o nomeia o novo capitão do Pharaon, o que deixa Danglars muito irritado. Dantes, feliz com a promoção, vai correndo contar a boa nova para Mercedes Iguanada (Dagmara Dominczyk), sua noiva, com quem pensa em se casar num futuro próximo. Porém Dantes logo é preso como traidor, com a falsa acusação tendo partido de Danglars, que o odiava, e seu melhor "amigo", Fernand, que desejava ter o caminho livre para cortejar Mercedes. Dantes é mandado para uma fortificação, o Chateau d'If, que ficava numa ilha que era praticamente impossível fugir. Gradativamente Dantes ia sendo tomando pelo desespero, principalmente no seu aniversário de encarceramento, quando o diretor da prisão pessoalmente o espancava. Um dia as coisas começam a mudar, quando abade Faria (Richard Harris), outro prisioneiro, surge repentinamente. Ao tentar escapar o abade escavou por cinco anos um túnel, mas errou nos cálculos e foi parar na cela de Edmond. Os dois fazem amizade e o religioso ensina muitas coisas para Dantes, incluindo a localização de um fabuloso tesouro. Quando Faria morre, Dantes ocupa o lugar do abade no saco, que foi jogado ao mar. Assim, após vários anos, Dantes escapa e, como agora está imensamente rico, se intitula o Conde de Monte Cristo e com cuidado prepara a melhor maneira de se vingar de todos que o prejudicaram.


Elenco
James Caviezel (Edmond Dantes / Conde de Monte Cristo)
Guy Pearce (Fernand Mondego)
Richard Harris (Abade Faria)
James Frain (Monsieur de Villefort)
Dagmara Dominczyk (Mercedes Iguanada)
Luis Gúzmán (Jacopo)
Michael Wincott (Dorleac)
Albie Woodington (Hermine Danglars)
Henry Cavill (Albert)
Alex Norton (Napoleão Bonaparte)
Christopher Adamson (Maurice)
JB Blanc (Luigi)
Patrick Godfrey (Morell)

Demais - Tom Jobim


Todos acham que eu falo demais
E que eu ando bebendo demais
Que essa vida agitada
Não serve pra nada
Andar por aí
Bar em bar, bar em bar

Dizem até que ando rindo demais
E que eu conto anedotas demais
Que eu não largo o cigarro
E dirijo o meu carro
Correndo, chegando, no mesmo lugar

Ninguém sabe é que isso acontece porque
Vou passar toda a vida esquecendo você
E a razão por que vivo esses dias banais
É porque ando triste, ando triste demais

E é por isso que eu falo demais
É por isso que eu bebo demais
E a razão porque vivo essa vida
Agitada demais
É porque meu amor por você é imenso demais

Composição: Antonio Carlos Jobim / Aloysio de Oliveira